Diário
Gondomar, 7 de Junho de de 2006
"Parece que foi hà 2 dias,
Ainda estar calor,
Que a turma entrava animada
Numa sala com mais cor.
Daniela tinha a bola
Que lhe fugia pelo chão
Falou-se logo em teatro
E quem o fez foi o João.
A Sara sentava-se à frente
A guardar-me a papelada
Que eu disrtraidamente
Deixava na mesa espalhada.
Falámos das escolas primárias
Que não frequentamos debalde
E a que mais chamou a atenção
Foi a escola de Ramalde
(Sem falar no Taralhão)
A Catarina Alexandra
Nossa grande imperatriz
Trouxe-nos uma fotografia
De uma escola feliz.
Lá estava o Fábio, o João
A Lisete e a Vanessa
Na escola sem condições
Onde davam trambolhões,
Fabricavam ilusões
E brincavam muito e sem pressa.
A Lisete conservou
Seu estilo bem humorado
Mesmo nas fases mais "quentes"
Com testes/trabalhos iminentes,
Seu rosto não está carregado.
Muitos nem queriam pensar
Nas aulas de português
Havia poesia para estudar
E se falaria de Pedro e Inês.
A Catarina Isabel,
Que queria ser engenheira,
Era das que dispensava
Aprofundar as palavras
À poética maneira.
E muitos livros passaram
Pelas mãos e pelas mentes
Dos que na aula estavam
De corpo e alma presentes.
Houve teatro, sim senhor,
E não entrou o João,
Mas a Teresa, que interveio
Fez um grande figurão.
Começava para a Beatriz
A cosmética do talco
Para parecer velha ou feia,
Inclemente ou tirana
(Lembram-se da Juliana?)
Sempre que pisava o palco.
Ah, essa representação
Da obra queirosiana
Que nem estava no programa
Mas que a todos fez cantar
A todos? Nem todos cantam
Porque, as vezes, da alegria
Qualquer triste desconfia
E nem quer acreditar.
Ana Lidia e Isabel
Leram bem, no certo tom
O que deu para colmatar
Aquelas falhas sem par
Que constatámos no som.
Ana Lidia foi Caeiro
Esse poeta pastor,
Parte de um Pessoa inteiro
Na sala descolorida.
Apareceu no mês de Abril
E com ele ideias mil
Lembrando que a poesia
Se é palavra também é vida.
Se falharam as ideias
E se comprometeu a arte
Na altura de a mostrar,
É bom que tenhamos presente
Que as falhas "fazem parte"
E que são um patamar
Para seguirmos em frente.
Vanessa fez o cartaz
Da assombrosa caravela,
Que nos serviu de cenário.
Um dia também foi ela
Que ilustrou azuladamente
A capa escura do diário.
Vanessa da letra pequena
Dificil de tão miudinha,
Mas esse troféu, convenhamos,
Ela não o leva sozinha
Sua amiga, Marta Melo
Tem letra tão leve e subtil
Que, para o ler, a professora
Tem de acender luzes mil.
Marta Melo, a do sorrir
Modera Vidas que, a seu lado,
Procura sempre intervir
Para brincar um bocado.
Que progressos os deste rapaz!
Para ele um prémio Nobel!
Graças a ele, que é capaz
Mas também à Marta e ao Manuel
O amigo das ciências
( uma anáfora, esrão a ver?)
Contagiou-lhe o apetite
E vontade de saber.
O baile de finalista
Desta vez vai ser marcante!
Terá la um cientista
De raciociono brilhante.
Lá estará também a Claudia,
Que já tem lugar marcado.
E nessa noite tão bela,
Claudia será Cinderela
Do seu principe encantado.
E depois do bailarico
Os exames vão chegar,
Uma etapa necessária
Para a outro porto atracar.
Medicina vai abrir
Suas portas de par em par
Quando, Ana Luisa, a sorrir
Se for lá apresentar.
Ao porto de Medicina
Outros barcos vão chegar
Por exemplo, o da Filipa,
Só que irá mais devagar.
A Alice na sua barca
Ao cais de Hipócrates vai atracar
Alice tem de ter calma,
Deixar ir a caravela...
É altura de lembrar
Que "Quando Deus fecha uma porta,
Abre sempre uma janela".
Alice, qual Blimunda
Com olhar especial
Como a Marta, mais atrás
Que quer e vai ser capaz
De, mais dia menos dia,
Estudar radioterapia.
A vida flui assim,
Vós partis, eu fico aqui.
E apesar de cansada
Ouço a música tocada
Por um Scarlatti em mim.
Baixinho, pergunta assim:
Valeu a pena?
E apesar de cansada,
A minha voz sussurrada,
Responde: Sim."
Dulce Vilas Boas
Um muito obrigado Professora, por ter deixado a sua marca nestes 3 anos que passamos juntos, por nos ter mostrado o outro lado das letras, por nos ter emocionado com a sua capacidade de guardar cada pedacinho nosso, e pode ter a certeza que do nosso lado não esqueceremos a sua dedicação e o seu carinho.
E não existe Adeus, mas um "até já", porque o a Terra é redonda e encontrar-nos-emos ao virar da esquina.
2 Comments:
Se a terra é redonda... nao tem eskinas! :P Mas acabaremos todos por nos encontrar, disso nao tenho dúvidas!!!
Obrigada stora
domingo, junho 11, 2006
Já passei pelos comentários a este texto pelo menos umas três vezes e continuo a não saber o que dizer, assim como não soube quando a stora o leu na aula.
Para além de demonstrar a sua excelente memória (quem é que se lembra de a Dani entrar na sala com a bola?) a stora também demontrou que sabe escrever poesia tão bem como qualquer poeta que já lemos na aula, e este poema tem muito mais sentido do que qualquer outro, porque tem um pouquinho das nossas vidas lá dentro, é um pouquinho "nosso".
Assim, sem mais comentários, o poema está lindo, e só espero que a stora tenha poderes de vidente ;p
Até sempre...
terça-feira, junho 13, 2006
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