...O berço de sonhos, palavras, vento e cinzas...

sexta-feira, junho 16

Uma Noite....


Foi gratificante ver o pavilhão passar de um monte de madeiras velhas, redes de volei amontoadas, palco empilhado de colchões velhos para um bonito salão de baile. Foi, sobretudo, uma experiência dificil de definir. Começar com um projecto e transforma-lo numa concretização é algo que não se esquece e deixa as suas marcas: fisicas - a balança marcou hoje de manha menos 3 Kg - e essencialmente psicológicas - muita pressão, muito cansaço e muita dedicação.

Começa com falar com os professores, testar a possibilidade das hipóteses iniciais, arranjar os meios e finalmente preparar tudo para os fins. Nos entretantos vamo-nos envolvendo nas coisas e oferencendo o nosso melhor, mas sozinhos nada seria possivel e vamos recolhendo mão-de-obra essencial e especial; tivemos homens - e com um H muito grande, pois foram espectaculares, desde fazer estrelas, mesmo que de 3 em 3, até pintá-las e pendurá-las, e mesmo que o sr Bruno André goste de coisas pequenas foi realmente uma pessoa grande,e deram todos um verdadeiro significado á palavra equipa, e só tive pena de não os ter conhecido antes(podia resumir isto tudo e dizer que foram...uns fofos =P ) - e mulheres - muitas e muito boas, passando horas e horas a rendar estrelas, a costurar fios, a subir a escadotes e a usar a sua sensibilidade para tornar tudo mais brilhante, mas a verdadeira luz esteve no seu empenho, na sua oferta sem pagamento exigido e sem pagamento possivel.

Conhece-se pessoas novas e estabelece-se laços mais profundos com "velhos" conhecidos; sentimo-nos cegos por não ter visto estas pessoas fantásticas antes e custa quando se percebe que o tempo acabou, a ampulheta perdeu a areia e é obrigatório e desesperante dizer adeus quando mal se disse um olá, fica para trás o desejo: gostaria de te ter conhecido melhor...


No dia acaba-se por não se aproveitar o espectáculo, queremos sempre que esteja tudo perfeito e com isto o tempo vai passando e os sapatos altos não me deixam aproveitar as últimas danças - maldito preço da beleza! Por baixo do céu estrelado só se se deseja que as pessoas apreciem o resultado de todo o nosso esforço e que sejam felizes no pequeno mundo mágico que criamos para elas.


De sapatos no chão, cabeça encostada e corpo curvado aproveita-se uma derradeira dança e sai o desabafo: nem sequer tempo tive para chorar. E é assim que ficam os sentimentos: escondidos, olha-se e não se vê nada, começa-se a ver o futuro enevoado, salgado,menos brilhante e principalmente longe de tudo aquilo e dói, mas não se sabe como melhorar aquilo e então sorrimos - que outra coisa poderiamos fazer?

E não me posso esquecer da Bea, a minha parceira de organização e apresentação...é estranho como a pressão acaba por ligar de forma estranha as pessoas, não me esqueci da tarde no ginásio, dos desabafos, da correria, do apoio, da mão que me deste quando eu mostrei vontade de desistir.

E num fim de noite, de mãos pintadas de prateado valioso, de corpo esgotado, barrrigas mortas de fome, três pessoas desfilam de braços dados numa passadeira negra e sorriem, olham em volta e percebem que no fim, tudo vale a pena.

Um obrigado sentido a ttodos os que tornaram este projecto possivel!

sábado, junho 10

Diário

Gondomar, 7 de Junho de de 2006
"Parece que foi hà 2 dias,
Ainda estar calor,
Que a turma entrava animada
Numa sala com mais cor.
Daniela tinha a bola
Que lhe fugia pelo chão
Falou-se logo em teatro
E quem o fez foi o João.
A Sara sentava-se à frente
A guardar-me a papelada
Que eu disrtraidamente
Deixava na mesa espalhada.
Falámos das escolas primárias
Que não frequentamos debalde
E a que mais chamou a atenção
Foi a escola de Ramalde
(Sem falar no Taralhão)
A Catarina Alexandra
Nossa grande imperatriz
Trouxe-nos uma fotografia
De uma escola feliz.
Lá estava o Fábio, o João
A Lisete e a Vanessa
Na escola sem condições
Onde davam trambolhões,
Fabricavam ilusões
E brincavam muito e sem pressa.
A Lisete conservou
Seu estilo bem humorado
Mesmo nas fases mais "quentes"
Com testes/trabalhos iminentes,
Seu rosto não está carregado.
Muitos nem queriam pensar
Nas aulas de português
Havia poesia para estudar
E se falaria de Pedro e Inês.
A Catarina Isabel,
Que queria ser engenheira,
Era das que dispensava
Aprofundar as palavras
À poética maneira.
E muitos livros passaram
Pelas mãos e pelas mentes
Dos que na aula estavam
De corpo e alma presentes.
Houve teatro, sim senhor,
E não entrou o João,
Mas a Teresa, que interveio
Fez um grande figurão.
Começava para a Beatriz
A cosmética do talco
Para parecer velha ou feia,
Inclemente ou tirana
(Lembram-se da Juliana?)
Sempre que pisava o palco.
Ah, essa representação
Da obra queirosiana
Que nem estava no programa
Mas que a todos fez cantar
A todos? Nem todos cantam
Porque, as vezes, da alegria
Qualquer triste desconfia
E nem quer acreditar.
Ana Lidia e Isabel
Leram bem, no certo tom
O que deu para colmatar
Aquelas falhas sem par
Que constatámos no som.
Ana Lidia foi Caeiro
Esse poeta pastor,
Parte de um Pessoa inteiro
Na sala descolorida.
Apareceu no mês de Abril
E com ele ideias mil
Lembrando que a poesia
Se é palavra também é vida.
Se falharam as ideias
E se comprometeu a arte
Na altura de a mostrar,
É bom que tenhamos presente
Que as falhas "fazem parte"
E que são um patamar
Para seguirmos em frente.
Vanessa fez o cartaz
Da assombrosa caravela,
Que nos serviu de cenário.
Um dia também foi ela
Que ilustrou azuladamente
A capa escura do diário.
Vanessa da letra pequena
Dificil de tão miudinha,
Mas esse troféu, convenhamos,
Ela não o leva sozinha
Sua amiga, Marta Melo
Tem letra tão leve e subtil
Que, para o ler, a professora
Tem de acender luzes mil.
Marta Melo, a do sorrir
Modera Vidas que, a seu lado,
Procura sempre intervir
Para brincar um bocado.
Que progressos os deste rapaz!
Para ele um prémio Nobel!
Graças a ele, que é capaz
Mas também à Marta e ao Manuel
O amigo das ciências
( uma anáfora, esrão a ver?)
Contagiou-lhe o apetite
E vontade de saber.
O baile de finalista
Desta vez vai ser marcante!
Terá la um cientista
De raciociono brilhante.
Lá estará também a Claudia,
Que já tem lugar marcado.
E nessa noite tão bela,
Claudia será Cinderela
Do seu principe encantado.
E depois do bailarico
Os exames vão chegar,
Uma etapa necessária
Para a outro porto atracar.
Medicina vai abrir
Suas portas de par em par
Quando, Ana Luisa, a sorrir
Se for lá apresentar.
Ao porto de Medicina
Outros barcos vão chegar
Por exemplo, o da Filipa,
Só que irá mais devagar.
A Alice na sua barca
Ao cais de Hipócrates vai atracar
Alice tem de ter calma,
Deixar ir a caravela...
É altura de lembrar
Que "Quando Deus fecha uma porta,
Abre sempre uma janela".
Alice, qual Blimunda
Com olhar especial
Como a Marta, mais atrás
Que quer e vai ser capaz
De, mais dia menos dia,
Estudar radioterapia.
A vida flui assim,
Vós partis, eu fico aqui.
E apesar de cansada
Ouço a música tocada
Por um Scarlatti em mim.
Baixinho, pergunta assim:
Valeu a pena?
E apesar de cansada,
A minha voz sussurrada,
Responde: Sim."
Dulce Vilas Boas

Um muito obrigado Professora, por ter deixado a sua marca nestes 3 anos que passamos juntos, por nos ter mostrado o outro lado das letras, por nos ter emocionado com a sua capacidade de guardar cada pedacinho nosso, e pode ter a certeza que do nosso lado não esqueceremos a sua dedicação e o seu carinho.

E não existe Adeus, mas um "até já", porque o a Terra é redonda e encontrar-nos-emos ao virar da esquina.

Baile de Finalistas


Bem, há que tempos que eu não postava nada aqui no nosso blog!!! Já tava com saudades, mas as coisas têm estado um bocado caóticas, por isso não deu mesmo para escrever antes.
Ontem lá fomos nós, todos aperaltados, para o nosso LINDO baile de finalistas. As meninas com vestidos muito elegantes, os rapazes todos engravatados, uns com par, outros solteiríssimos, a verdade é que aquilo até parecia uma festa de alta sociedade e só faltavam mesmo os fotógrafos para parecer a festa dos Óscares (sim, porque estrelas nós já somos!)
Lá dentro, o espaço estava espectacular, com um lindo "céu" estrelado e as cores da nossa ESG, tudo fruto do trabalho de umas pessoas muito dedicadas (sorry mas vocês já levaram agradecimentos demais!!!) e apesar do calor, foi impossível não aproveitar ao máximo. Até porque o 12º3 esteve em grande. Somos mesmo os melhores pessoal! Não houve turma mais animada, divertida e participativa. Alíás, fomos dos poucos (ou mesmo os únicos?) a levar os pais e, diga-se, até eles deram um pézinho de dança, para mostrar que a festa, como o sol, quando nasce é para todos, e desculpem-me a alusão a Saramago, isto ainda são influências da aula de Português!
De qualquer forma, foi uma noite inesquecível, até a música final "era uma vez os três, os famosos moscãoteiros...", e muito especial, que TINHA de ficar registada no nosso diário de turma virtual. E eu aproveitei e fiz o meu "regresso" ao blog.

Muitos beijinhos e boa sorte para os exames!!!